painel III – inovação e qualidade

Moderadora: Elisabeth Brito

Investigação académica no âmbito de sistemas integrados de gestão

J. Pedro T. Domingues (Research Group on Quality and Organizational Excellence; Centro ALGORITMI – Universidade do Minho)

Resumo: Nos dias de hoje as organizações devem atender uma forma holística aos requisitos de várias partes interessadas. A implementação e posterior certificação de referenciais como a ISO 9001 (atendendo aos requisitos dos clientes), a ISO 14001 (atendendo aos requisitos ambientais por parte da Sociedade) e a OHSAS 18001 (atendendo aos requisitos dos colaboradores no âmbito da sua segurança e saúde ocupacionais), se apropriadamente implementados, permite a gestão sistemática de cada um dos subsistemas de gestão. No entanto, as boas práticas de gestão recomendam a otimização de recursos pelo que a gestão integrada destes sistemas assume-se como uma realidade nas organizações com mais de um referencial implementado. Adicionalmente, o interesse académico sobre como as organizações estão a desenvolver o processo de integração é assinalável dado não existir um referencial sob a égide da ISO que permita implementar um sistema de gestão integrado (ainda que se deva realçar a harmonização e alinhamento das últimas revisões das normas em 2015). Esta apresentação pretende dar a conhecer este domínio de investigação académica focando vários tópicos, nomeadamente, quais os gaps (oportunidades de investigação) existentes na literatura, quais os métodos de investigação comummente adotados, quais os grupos de investigação mais ativos, quais os autores mais influentes, quais os modelos de integração sugeridos, quais os níveis de integração até agora reportados e quais as ferramentas desenvolvidas até ao momento que permitem lidar com a complexidade deste fenómeno


Uso das ferramentas Lean na Qualidade. Implementação de Sistema de Qualidade na Fonte: Um caso de estudo num Sistema de Produção Flexível.

Lurdes Santos (Mercatus – Diretora do Serviço Pós-Venda) e Maria Lucía Gordones (Mercatus – Responsável dos Sistemas do departamento da QAS)

Resumo: Embora a Mercatus seja certificada pela ISO 9001, dada a variabilidade dos nossos produtos assim como o constante crescimento nos mercados sentimos a necessidade melhorar o nosso sistema de qualidade, através da utilização de ferramentas Lean. Em conjunto com o instituto Kaizen, foi implementado a Matriz Qualidade na Fonte. As técnicas e instrumentos que se utilizaram para o desenvolvimento dos objetivos foram: a observação direta. No desenvolvimento das etapas do projeto realizou-se uma análise da situação atual dos não conformes, onde os dados foram processados através de histogramas, diagramas pareto e diagramas ishikawa. Estes refletiram sobre os fatores que afetam a qualidade do processo produtivo. Os pontos críticos predominantes foram identificados na Matriz de autoqualidade (MAQ), que a sua vez seria acompanhada mediante um plano de ações para a correção, melhoria e avaliação da eficácia das mesmas durante a reunião semanal “Stop Sucata“. Para problemas mais simples utilizamos a ferramenta 3C onde estão envolvidas as equipas naturais. Para problemas mais complexos e repetitivos fizemos uso da ferramenta REP onde é convocada uma equipa multidisciplinar e o período de resolução alargado. Os fundamentos deste projeto focam-se na melhoria continua e excelência operacional, assentando na necessidade que todas empresas têm de otimizarem cada vez mais o seu sistema de qualidade. Alguns dos benefícios obtidos com a implementação das MAQ foram, a integração e participação dos colaboradores a todos os níveis operacionais e por também o fortalecimento do desempenho nas linhas de produção


Gestão de risco no âmbito da ISO 9001:2015 – abordagem aos sistemas complexos

Maria S. Q. Domingues (CERENA – Centro de Recursos Naturais e Ambiente Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), Adelina L. F. Baptista (ESTGA, Universidade de Aveiro) e Miguel T. Diogo (CERENA – Centro de Recursos Naturais e Ambiente Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)

Resumo: De acordo com a ISO 9001:2015, o risco pode ser apresentado como o efeito da incerteza nos objetivos (Positivo ou Negativo). A ISO 9001:2015 não tem um requisito que implique implementar métodos formais ou um processo de gestão de risco, deixando ao critério da empresa decidir desenvolver ou não uma metodologia condizente com a sua realidade. A gestão de riscos, de acordo com a ISO 31000:2009, é a terminologia utilizada para definir um conjunto de ações estratégicas, como identificação, administração, condução e prevenção dos riscos ligados a uma determinada atividade, que quando aplicado a setores económicos, indústria, serviços, projetos ou atividades, requer o uso de modelos ou teorias como diretrizes.
A complexidade estrutural ou dinâmica, cujos elementos básicos compreendem o comportamento humano e/ou a incerteza, pode ser organizacional, tecnológica ou mista, oferecendo um quadro teórico obrigatório para estudos interdisciplinares de métodos de gestão de riscos. Como tal, a gestão de riscos para ser efetiva terá de ser adaptada tanto quanto possível a esta realidade, devendo ser operacionalizada baseada em sistemas complexos.