painel II – inovação e tecnologia

Moderador: Ciro Martins

Inovação – Das Pessoas à Aplicação, passando pelos Processos

Pedro Carvalho (Head of Innovation and Knowledge management at Altice Labs) e Paulo Pereira (Head of Product Strategy at Altice Labs; Group Head B2B Product Management at Altice)

Resumo: A necessidade de inovar deixou de pertencer ao futuro e há muito que acompanha as organizações e consta do vocabulário dos (verdadeiros) líderes. Para responder a esta necessidade e manter a resiliência, a crença da organização em abordagens mais disruptivas e favorecedoras da inovação (muitas vezes mais complexas, longas e aparentemente mais dispendiosas do que as tradicionalmente usadas) revela-se crucial, por um lado, envolver todos os colaboradores (desde a gestão às equipas de desenvolvimento) de modo a que, mais do que seguir um líder para um futuro por este criado, façam parte da sua construção e nele se revejam; e, por outro, definir processos e métodos que as equipas possam seguir de modo a potenciarem a sua criatividade, sentindo-se apoiadas na sua jornada de divergência rumo à convergência. Na sua comunicação nas Jornadas Técnico-Científicas 2017, a Altice Labs demonstrará como consegue (até agora de forma bem sucedida!) ser inovadora constante e consistentemente.


Sunset Hackathon | 72h Divertidas e criativas

Francisco Mendes (co-fundador da Hardware City)

Resumo: Nesta comunicação será feita a apresentação da associação Hardware City e da sua missão direcionada aos Makers, Startups de Hardware e PME que desenvolvem produto. Serão, também, apresentados os resultados da primeira maratona tecnológica de 72h, Sunset Hackathon (http://sunsethackathon.pt).


VoluntAge4Seniors: aplicação para pessoas idosas pedirem ajuda a voluntários através da televisão

Ana Rita Santos (ESTGA, Universidade de Aveiro)

Resumo: Nesta comunicação descreve-se o projeto VoluntAge4Seniors, que tem como objetivo o desenvolvimento de uma aplicação para televisão que permita às pessoas idosas solicitarem, de forma simples e rápida, pedidos de apoio a um grupo de voluntários, em tarefas específicas como pequenos arranjos domésticos ou acompanhamento numa ida ao médico. O projeto tem ainda como objetivo que esses pedidos de ajuda possam ser realizados por voz. A aplicação está a ser desenvolvida segundo uma metodologia de design e avaliação iterativos, o que pressupõe um refinamento constante do projeto, tendo em conta as avaliações de usabilidade que vão sendo realizadas. Atualmente, existe um protótipo funcional que traduz um pedido por voz para uma descrição textual que será em breve testado com potenciais utilizadores.
Num contexto em que vários estudos revelam que a televisão é uma plataforma altamente privilegiada para fazer chegar informação à população idosa, devido ao seu alto grau de utilização nos lares portugueses, este projeto poderá apresentar contributos importantes para melhor compreender os desafios e obstáculos que surgem associados à utilização de aplicações para televisão pelas pessoas idosas, nomeadamente relacionados com a interação por voz. Pretende-se ainda contribuir para melhor conhecer os fatores que poderão potenciar as ações de voluntariado através dos meios digitais, nomeadamente através da televisão.
O projeto VoluntAge4Seniors é financiado pelo laboratório AlticeLabs@UA. Envolve três docentes da ESTGA e conta com a colaboração da Associação Nacional de Gerontólogos (ANG).


SheepIT – Um pastor eletrónico para as vinhas

Pedro Gonçalves (ESTGA, Universidade de Aveiro)

Resumo: A remoção de espécies herbícolas das vinhas e pomares é um processo em que tradicionalmente se utilizam meios mecânicos e químicos para a remoção. Usando arados ou fresas volvendo as ervas entre as linhas das plantações, e herbicidas colocados entre os pés, para matar as ervas que aí crescem. É um processo oneroso que normalmente necessita de ser executado mais do que uma vez por ano.
Este processo acarreta um impacto económico que, no caso da vinha, varia entre 20 a 35% do tempo de trabalho total nas explorações, com custos que variam entre os 80 €/ha e os 380 €/ha.
Um método alternativo já antigo, é a utilização de animais para controlo de ervas. Tem sido testado com sucesso em diversas regiões, apresentando impactos positivos relevantes, vantajoso também por via da redução do impacto ambiental e da fertilização natural dos terrenos. Porém, devido ao ciclo de vida das culturas, não pode ser utilizado durante todos os meses do ano, pois os animais tendem a alimentar-se dos ramos mais baixos e dos frutos, causando prejuízos às explorações.
No âmbito do projeto SheepIT, motivados pelas vantagens da utilização dos animais, já referidas tem-se vindo a desenvolver um sistema de controlo postural dos animais. Com capacidade de limitar a possibilidade de aceder aos ramos e frutos das videiras, e de implementar cercas virtuais, controlando as zonas de ação dos animais, o sistema possibilita dessa forma a utilização do rebanho de ovelhas para efetuar as mondas das vinhas durante todo o ano.
Conhecidas as vantagens esperadas do novo método de monda animal, são também esperados novos desafios associados à aposta de reintrodução de animais no espaço agrícola, uma vez que fruto da mecanização e especialização ocorridas, e formação dos recursos humanos as explorações poderão não estar preparadas para os receber. Assim, para minimizar as dificuldades iniciais, o projeto SheepIT – mecanismo de controlo postural numa rede IoT, integra diversas vertentes de apoio à gestão dos animais permitindo a monitorização da atividade e da localização animal, o processamento dos dados em tempo-real com análise de tendências de evolução das diferentes variáveis monitorizadas e a geração e envio de alertas para o responsável de manutenção dos animais. Outra mais valia é o processamento de dados que deverá ainda permitir a recolha dos índices de mobilidade animal, bem como a monitorização do comportamento reprodutivo e sanitário. O projeto inclui ainda a plataforma de processamento de dados. Uma interface web amiga do utilizador, que permite o acesso simplificado ao resumo dos dados processados.
Sendo fator essencial a garantia do bem-estar animal, o projeto fez questão de incluir também o acompanhamento do estado do rebanho em termos zootécnicos e veterinários.
O projeto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico foi iniciado em Outubro de 2016, decorre em copromoção e com financiamento pelo Centro 2020, com uma duração de 24 meses. É liderado pela Globatronic SA, pertencendo ao consórcio outras entidades nomeadamente: Adriano Ramos Pinto, a Escola Superior Agrária de Viseu e o Instituto de Telecomunicações